‘O Homem com o Triângulo Rosa’ é um livro de 1972 que revela os últimos anos de vida de Josef Kouhot, vítima de homofobia no período do Holocausto, na Alemanha. Ele sobreviveu ao campo de concentração e contou sua história para Hans Neumann, que teve a ideia de lançar uma obra explanando os horrores que os homossexuais enfrentaram na época.
Ele foi preso em 1939, quando pegaram suas declarações de amor para Fred, seu namorado. Um ano mais tarde, chegou ao campo de concentração de Sachsenhausen.
“Judeus, homossexuais e ciganos, os triângulos amarelos, rosas e marrons, foram os prisioneiros que mais sofreram e mais severamente com as torturas e golpes da SS e dos Capos. Eles foram descritos como a escória da humanidade, que não tinham o direito de viver em solo alemão e deveriam ser exterminados”, escreve Hans no livro.
Acima de tudo, os relatos chocantes mostram que guardas da SS mantinham relações sexuais com os gays encarcerados e isso era visto com normalidade por parte dos oficiais, além disso, o próprio Kouhot se deitou com um nazi para tentar se livrar da execução.
“Todos eles, antes de serem presos em campos de concentração, tinham sido pessoas decentes na vida privada, muitos de fato cidadãos altamente respeitados, que nunca haviam se rebelado contra a lei, mas eram separados apenas por seus sentimentos homossexuais. Todas essas pessoas decentes foram reunidas aqui, neste caldeirão de desgraça e tormento, para o extermínio através do trabalho extenuante, da fome e da tortura. Nenhum deles era molestador de crianças ou havia feito sexo com crianças ou adolescentes, pois todos apresentavam um triângulo verde. Estaríamos com nosso triângulo rosa realmente criminosos ultrajantes e “degenerados”, uma ameaça à sociedade?”, desabafou.
Josef foi liberto do campo de concentração em abril de 1945 e viveu com Fred, em Viena, até o ano de seu falecimento, 1994.