A história do jovem Guilherme Nóbrega talvez entre para o “panteão” das histórias de superação e de sucesso na entrada para o ensino superior no Brasil.
Guilherme fazia faxina para pagar o cursinho preparatório e quando não estava trabalhando, estudava dentro do banheiro de um posto de combustível. O rapaz, que mora em Santos (SP), passou em Medicina na concorrida Universidade de São Paulo (USP).
Sua mãe trabalha como frentista num posto próximo ao colégio de Guilherme, logo, quando batia o sinal, ele ia direto para o serviço da mãe, onde tomava banho e estudava dentro do banheiro masculino a tarde toda.

“Passei quase metade do ano estudando no banheiro”, relembra ele.
Como não tinha condições de pagar pelo cursinho pré-vestibular, recebeu uma bolsa de estudo da sua professora – Eliane Limonti, 38. Em troca, o jovem tinha que fazer faxina.
“Ela me deu uma bolsa e, em troca, eu tinha que organizar as coisas, limpar as salas, passar um pano em tudo, trocar o lixo e lavar os banheiros. Eu dependia daquilo para alcançar meu sonho, então se tornaram coisas simples”, conta.
“Na época, era colégio de manhã, técnico de tarde e o cursinho de noite. Foi bem corrido”.
Aprovação, enfim!
No final do mês passado, Guilherme se inscreveu no SISU, o Sistema de Seleção Unificada, onde constatou que havia passado em Medicina na Universidade Federal do Paraná (UFPR), avaliada como uma das 10 melhores instituições do país pelo Guia do Estudante.

Ainda não satisfeito, o jovem se inscreveu na USP da cidade de Ribeirão Preto, passando a acompanhar a lista todos os dias. Ao ver seu nome aprovado em quarto lugar, ele diz que sentiu como “se tivesse ganho na loteria”, brinca.
“Meus pais ficaram muito felizes. Foi emocionante ver que a batalha deles valeu a pena e saber que poderei fazer a diferença na vida das pessoas”.

Assim que confirmou seu ingresso na USP, o rapaz diz que a primeira coisa que fez foi ligar para o menino que estava em primeiro lugar da lista de espera da UFPR para parabenizá-lo; afinal, a vaga de Medicina seria dele!
“Eu falei parabéns, você vai fazer medicina na UFPR e ele ficou muito feliz. Me coloquei no lugar, imaginei o quanto ele gostaria de saber que o sonho dele seria possível”.
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Fonte: Só Notícia Boa