Devemos nos lembrar de que não é todo o país que abre suas portas para que pessoas registrem sua realidade. E a China, pelo que tudo indica, parece ser um desses lugares.
Tudo começou quando as fotos de Lu Guang expuseram os lados da China que seu governo não gosta de falar e muito menos mostrar: viciados em drogas, pacientes com HIV, problemas ambientais e assim por diante. Por conseguinte, o premiado fotógrafo acabou se tornando o centro das atenções, ainda mais por sua esposa Xu Xiaoli ter afirmado que não viu mais seu marido desde o dia 3 de novembro.
Em 23 de outubro, Guang voou para Urumqi, a capital da região de Xinjiang, onde planejava participar de alguns eventos fotográficos. Mais tarde, ele pegou um voo para Sichuan para encontrar seu amigo Sr. Chen para participar de um evento de caridade. Mas Chen não conseguiu encontrar nem contatar o fotógrafo.
Quando o Sr. Chen perguntou à esposa de Guang sobre o seu paradeiro, ela não tinha informações.
Investigando a situação, Xu entrou em contato com a esposa da pessoa que havia convidado seu marido para Xinjiang. Disseram a ela que Lu Guang e o anfitrião haviam sido levados pela segurança nacional. Oficiais locais da província de Zhejiang, a cidade natal de Lu, posteriormente confirmaram isso.

“Ele sumiu há mais de 20 dias”, disse sua esposa. “Como seu membro mais próximo da família, não recebi nenhum aviso sobre ele ter sido preso”, disse Xu no Twitter. “Eu tenho contatado repetidamente a polícia de Xinjiang, mas não consegui informações. Semana que vem é o nosso 20º aniversário de casamento. Nós deveríamos estar celebrando juntos. Eu só posso esperar que ele volte com segurança”.

De acordo com a BBC, Xinjiang ganhou notoriedade por seus rígidos controles de segurança, forte vigilância e presença policial, sendo comentada por seu crescente radicalismo entre a comunidade étnica muçulmana Uighur. O governo é sensível às críticas e deteve repórteres que estavam investigando histórias negativas sobre a China no passado.

“A realidade na China é que você nunca sabe se vai se meter em problemas porque não há regras escritas”, disse o fotógrafo em uma entrevista no ano passado.
Crianças também moram no distrito industrial. A China é hoje a segunda maior economia do mundo. Seu desenvolvimento econômico consumiu muita energia e gerou muita poluição.
Em 16 de julho de 2010, o oleoduto do Newport Oil Wharf da Baía de Dalian explodiu, despejando muito óleo no mar. Muitos barcos de pesca foram encaminhados para limpar a contaminação do óleo.
O fotógrafo venceu a competição World Press Photo de 2004 por sua exposição de “aldeias de AIDS”, onde 678 pessoas foram infectadas pelo HIV depois de venderem seu sangue. Das 3.000 pessoas, 678 contraíram o HIV e 200 morreram.
Uma mulher carregando seu neto gravemente doente implora ao céu para evitar que a dor retorne.
Órfãos deficientes adotados por fazendeiros de caridade.
Crianças com paralisia cerebral lambem leite em pó de uma cama para se alimentar.
O Templo de Laseng tem uma história de mais de 200 anos, que inclui o estudo dos remédios mongóis. Ele foi seriamente poluído pelas fábricas vizinhas, de modo que poucos peregrinos vão até lá agora.
Muitas fábricas foram transferidas do leste do país para suas partes central e ocidental. Funcionários trabalham em meio a poeira.
A usina Baotou Steel despeja o esgoto de processamento mineral na barragem de rejeitos.
O parque industrial químico do porto de Yanwei, na cidade de Lianyungang, despeja o esgoto no mar.
Na vila produtora de jeans de Xintang Town, em Guangdong, os trabalhadores ganham a pedra para moer denim todas as manhãs.
Uma mulher cuida do marido que está morrendo.
Qi Guihua, segurada pelo marido na foto, ficou doente quando voltou de Pequim para a aldeia para celebrar o Festival da Primavera. Ela morreu duas horas depois dessa fotografia ter sido tirada.
Famílias como esta venderam quase tudo de valor em suas casas para ajudar a suprir as despesas médicas.
Uma menina aquece as mãos no inverno. Seu pai está infectado com o HIV e ainda assim cuida de cinco filhos e seus pais idosos.
Duas garotas se preparam para o funeral de seu irmão de seis anos, que morreu de AIDS.
Cédric Alviani, diretor do escritório da Repórteres Sem Fronteiras na Ásia Oriental, pediu à China que divulgue onde Lu Guang se encontra e “garanta aos jornalistas liberdade de movimento e segurança, inclusive na província de Xinjiang”. A solicitação ainda permanece sem resposta…
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Fonte: Bored Panda